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Parceria entre CBMM e Codemig otimiza o aproveitamento do Nióbio em Araxá (MG), através da industrialização do minério de pirocloro

21 de junho de 2022

Confira o material preparado pela CBMM sobre o acordo e publicado no portal G1

Planta industrial da CBMM em Araxá (MG) — Foto: Divulgação

Uma parceria que data de 1972. Há 50 anos, o governo do Estado de Minas Gerais, através da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig), e a CBMM assinaram um acordo para otimizar o aproveitamento do minério de pirocloro, matéria prima para os produtos industrializados de Nióbio. Desde então, a Codemig vem recebendo 25% do lucro líquido da CBMM, obtido com o beneficiamento, industrialização e comercialização de produtos finais de Nióbio.

Para entender um pouco melhor como funciona essa parceria nos dias de hoje, precisamos voltar para a década de 50, em que foram concedidos tanto à CBMM quanto à Codemig direitos minerários sobre as reservas de pirocloro em Araxá (MG). Já naquela época, a empresa pública e a companhia privada acordaram uma primeira parceria que previa que a CBMM extrairia o minério de pirocloro das 2 minas (da CBMM e da Codemig) e pagaria royalties de 7% do minério lavrado da mina da Codemig. Na ocasião, o que a CBMM extraía da sua própria mina não entrava no acordo.

Foi em 1972 que o Estado de Minas pediu a substituição desse acordo pela parceria que está em vigor até hoje. Por essa parceria, foi criada a Companhia Mineradora do Pirocloro de Araxá (Comipa), uma empresa de gestão compartilhada que recebeu, por arrendamento, os direitos de lavra das duas minas, da Codemig e da CBMM. A Comipa existe para garantir que todo o processo de lavra do pirocloro seja feito de forma igualitária, ou seja, uma tonelada de minério de cada lado.

Em razão da parceria, a Comipa vende o minério com exclusividade para a CBMM, que é a única responsável pela industrialização e comercialização dos produtos, pelo desenvolvimento de mercado e aplicações finais para o Nióbio.

Por força do mesmo contrato, a Codemig recebe 25% do resultado da operação da CBMM, incluindo a venda dos produtos que se originaram do minério de pirocloro extraído da mina da CBMM. E isso é feito através de uma sociedade em conta de participação (SCP), uma sociedade de resultado, que possibilita legalmente o pagamento de um quarto do lucro da CBMM para a Codemig.

Em 2021, a CBMM pagou R$ 1,5 bilhão para a Codemig por meio deste contrato e o mais interessante é que, quanto maior o lucro da CBMM, maior a participação da Codemig.

Para garantir a lisura, a cada trimestre, uma auditoria independente contratada pela Codemig realiza uma auditoria para confirmar a regularidade de todo o processo e do pagamento da participação de 25% do resultado da CBMM.

“A criação da Comipa assegura que a extração do minério seja feita em igual quantidade nas duas concessões, não havendo desequilíbrio para nenhum dos dois lados”, explica Renata Ferrari, Gerente Executiva do Jurídico, Compliance e Relações Institucionais da CBMM. A executiva diz que a parceria, firmada até 2032, une forças e torna a operação de extração do minério menos complexa, já que as minas das empresas ficam localizadas uma ao lado da outra. “Otimizamos os recursos quando transformamos o minério de pirocloro em produto industrializado, gerando maior valor para os parceiros e para Minas Gerais”, afirma.

Entenda a parceria nesse infográfico:

Expansão da planta industrial da CBMM

A Unidade de Concentração da CBMM — Foto: Divulgação

A expansão da planta industrial da CBMM, concluída no ano passado com um investimento de R$ 3 bilhões, propiciou uma capacidade produtiva de 150 mil toneladas de produtos de Nióbio, número bem maior que a demanda total de produtos, que foi de 110 mil toneladas em 2021, o que mostra que a CBMM tem um trabalho e tanto pela frente para continuar criando mercado para os seus produtos. Por isso, um dos pilares de atuação da empresa na área de tecnologia é o desenvolvimento de novas aplicações, como é o caso das baterias de íons de lítio com Nióbio.

As vendas, no ano passado, somaram 85 mil toneladas,17% a mais do que no ano anterior, quando chegaram a 72 mil toneladas.

Mais números

Setenta por cento dos colaboradores da CBMM são de Araxá e região — Foto: Divulgação

Além da parceria render frutos para Minas Gerais, a presença da CBMM leva muito desenvolvimento para a região. Hoje, a CBMM conta com 1.988 colaboradores, sendo que 1.855 ficam alocados em Araxá. Deste total, 1.348 são araxaenses, o que significa que 70% da mão de obra da CBMM é local. Os demais empregados vêm em sua maioria de outras cidades mineiras.

Em 2021, a CBMM pagou mais de R$ 4 bilhões de impostos e Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM).

O número de fornecedores também merece destaque: 42% do total de 1.855 empresas que prestam serviços para a CBMM são de Minas Gerais. Só em 2021, dos 786 fornecedores contratados, 284 eram de Araxá. Naquele período, as aquisições feitas de fornecedores araxaenses representaram 14% do total, somando R$ 291 milhões.

A produção tem destino certo para o mercado nacional e internacional — Foto: Divulgação

Noventa por cento da produção mundial de produtos industrializados de Nióbio são do Brasil. Deste total, a CBMM é a responsável por cerca de 80% da produção. Mas isso não significa, como divulgam erroneamente por aí, que só tem minério no Brasil. Importante esclarecer que existem mais de 85 depósitos de minérios que podem ser transformados em Nióbio mapeados no mundo. Provavelmente essas minas ainda não entraram em operação porque o mercado ainda é pequeno – felizmente liderado pelo Brasil, com uma representatividade construída por décadas e em razão de investimentos contínuos.

A CBMM possui mais de 400 clientes no Brasil e no mundo e possui escritórios de representação e subsidiárias na China, Países Baixos, Singapura, Suíça e Estados Unidos. Ela fornece produtos e tecnologias aos setores de infraestrutura, mobilidade, aeroespacial, saúde e energia.