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Obras da futura sede do P7 Criativo começam na Praça Sete

15 de maio de 2018

Os 25 andares do edifício, que tem projeto de Oscar Niemeyer, serão destinados integralmente a novos negócios e atividades de fomento à economia criativa. São 17 mil metros quadrados, distribuídos em 25 andares. Investimento de R$ 45 milhões.

Representantes das organizações fundadoras do P7 Criativo, agência de fomento à Indústria Criativa de Minas Gerais, receberam a imprensa para uma visita às obras de restauração do edifício do antigo Banco Mineiro da Produção, que passará a abrigar a sede do empreendimento. O encontro ocorreu na última sexta-feira, 11/5, na Praça Sete (Rua Rio de Janeiro, 471). Participaram da visita o Presidente da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge), Marco Antônio Castello Branco; o presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Olavo Machado Júnior; o Secretário de Estado de Cultura, Angelo Oswaldo de Araújo Santos; o presidente da Associação P7 Criativo, Paulo Brant, além de representantes de entidades ligadas ao patrimônio histórico e à economia criativa.

Fundado em 2016 como associação sem fins lucrativos, o P7 Criativo é o resultado de uma articulação institucional pioneira entre a Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge), a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae Minas), a Fundação João Pinheiro e a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sedectes).

Apesar de estar em uma das esquinas mais importantes da capital, poucas pessoas sabem que o prédio foi projetado por Oscar Niemeyer, em 1953. O edifício foi vanguarda uma vez, quando construído em estilo modernista nos anos 50, e agora se torna vanguarda pela segunda vez, abrigando um projeto ousado, ligado à nova economia. São 17 mil metros quadrados, distribuídos em 25 andares. A restauração terá um custo de R$ 45,7 milhões de reais, sendo R$ 28,5 milhões pela Codemge e R$ 17,2 milhões pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A duração prevista para a obra é de 15 meses. Estudos de viabilidade do projeto indicam que, quando em pleno funcionamento, o P7 Criativo tende a gerar mais de 1,6 mil empregos diretos e 8 mil indiretos, além de R$ 113 milhões de movimentação econômica anual.

Como o edifício é tombado, toda a obra está sendo acompanhada por técnicos do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha). Um esforço importante está sendo feito para preservar ao máximo os acabamentos originais, como o piso em tacos de peroba, que estão sendo cuidadosamente retirados e serão restaurados; as paredes em pedra Lioz; os painéis de tijolos de vidro; os revestimentos internos dos banheiros; o guarda-corpo da cobertura; as pastilhas cerâmicas que revestem a casa de máquinas e outros acabamentos instalados ainda na década de 1950.

Também vai passar por um cuidado especial um painel artístico localizado no 24º andar, de autoria do pintor, desenhista e muralista Mário Silésio, que foi discípulo de Guignard e se notabilizou justamente pelas obras em edifícios públicos, algumas delas em Belo Horizonte. O painel passará por um restauro completo.

A estrutura do P7 vai contar com o Memorial da Praça Sete, espaço de cultura e história aberto a toda a população; terá a primeira biblioteca pública virtual de Minas Gerais; um restaurante com vista panorâmica para toda a cidade de Belo Horizonte, também aberto ao público; além de espaços de coworking, salas multiuso, centro de pós-produção audiovisual, auditório, laboratório aberto para experimentação e prototipação de produtos, além de 11 andares disponíveis para empresas da indústria criativa – pequenas, médias e grandes.

O P7 Criativo

O P7 foi criado para projetar Minas Gerais no cenário da indústria criativa no Brasil e no mundo, com a proposta de alavancar novos negócios, gerar mais emprego e renda, além de incentivar a inovação no Estado.

Para cumprir a missão de promover negócios que têm a criatividade, a inovação e o conhecimento como ingredientes fundamentais para a geração de valor, o P7 está criando uma comunidade ativa de empresas, empreendedores e profissionais, principalmente de áreas como audiovisual, moda, software e tecnologia da informação, design, comunicação, arquitetura, games, música, pesquisa e desenvolvimento, arte, cultura e gastronomia.

Nesse ambiente diverso, o P7 age como um facilitador, criando sinergia entre empresas, estimulando a inovação e as interações entre profissionais. Oferece também capacitação empresarial, acesso a programas de apoio e mecanismos de financiamento, assessoria em captação de recursos, estudos e pesquisas de mercado, além de uma estrutura de ponta para sediar empresas e projetos. O objetivo é agregar competitividade e eficiência para os negócios conectados ao P7.

Impactos na economia de Minas Gerais

O Brasil está entre os países que mais produzem negócios criativos, e Minas Gerais é um dos estados com forte participação nesse mercado. Os estudos de viabilidade realizados indicam que, quando em pleno funcionamento na sede definitiva, o P7 terá um impacto significativo na economia do estado, como mostram os dados a seguir:

* 1.625 empregos diretos 
* 8.125 empregos indiretos 
* R$ 113,2 milhões de movimentação econômica anual no território
* 112 empresas de pequeno porte
* 25 empresas de médio porte
* 10 empresas de grande porte

Fase piloto

O P7 Criativo já está em atividade, em fase piloto, na Av. Afonso Pena 4.000, no Bairro Cruzeiro. Essa estratégia vai garantir que, quando as obras na Praça Sete estiverem concluídas, já esteja formada uma comunidade forte e desenvolvido um modelo de trabalho para ocupar a nova sede e torná-la produtiva em um curto espaço de tempo. Atualmente, 29 empresas já estão instaladas no P7, ocupando 92 estações de trabalho.

Entre os residentes do atual P7 está a Zup, que futuramente será uma empresa-âncora da nova sede, trazendo 120 pessoas para o espaço. A startup, que nasceu em Uberlândia, tem a premissa de inserir empresas tradicionais no mundo digital e tecnológico, com qualidade e baixo custo. A palestrante Alessandra Alkmin, que também é membro do Movimento Minas 2032 e presidente do Conselho da Mulher Empreendedora na ACMinas, é outra empreendedora que já está baseada no P7 desde 2017.

“A iniciativa do P7 foi fundamental para a Zup se estabelecer em Belo Horizonte. É um espaço que traz um conceito despojado, com área de convivência e espaços para compartilhar ideias. A infraestrutura é de primeiro mundo, com acesso à internet de alta velocidade, a um prédio muito bem estruturado, muito dinâmico e muito flexível”, conta Júlio Souza, executivo da Zup.

A futura sede, andar por andar

Um conjunto de atividades de fomento, capacitação, experimentação e relacionamento vão se realizar diariamente no P7 quanto o projeto estiver em plena atividade, além das inúmeras empresas de pequeno, médio e grandes portes que estarão sediadas no espaço. Veja como está prevista a ocupação do prédio:

Térreo – Recepção

2º andar – Atividade comercial

3º andar – Memorial Praça Sete 
Todo o andar será dedicado ao Memorial, que vai resgatar a história do prédio e da Praça Sete. O espaço será aberto à visitação.

4º ao 7º andares – Espaços de coworking e incubadoras

8º andar – Laboratório aberto
Espaço dedicado à experimentação e à criação, com equipamentos especializados.

9º andar – Biblioteca pública
Com um acervo especializado em temas relacionados à indústria criativa e foco em obras digitais.

10º andar – Observatório da Economia Criativa da Fundação João Pinheiro
O Observatório vai levantar dados, sistematizar e agregar informações relevantes sobre o setor da Economia Criativa em Minas Gerais.

11º ao 15º andares – Empresas-âncoras 
Serão as maiores empresas sediadas no P7, importantes na estratégia de gerar conexões entre as grandes, médias e pequenas empresas.

16º andar – Centro de Pós-Produção Audiovisual
Centro com equipamentos de ponta para finalização de produtos audiovisuais, uma necessidade do setor em Minas.

17º andar – Administração e centro de serviços compartilhados

18º ao 22º andares – Empresas-âncoras

23º andar – Espaço multiuso e salas de reunião 
Serão utilizados pelas empresas e profissionais residentes e por eventos parceiros. Vão trazer um público flutuante importante para o espaço.

24º andar – Auditório

25º andar – Restaurante e terraço 
Restaurante panorâmico aberto à cidade.